1 de abr. de 2010

SHAVUOT 23 de Maio de 2015



  (Devarim: 16:9-15)

No hebraico significa “semanas” conforme estabelecido em Vaykrá 23.15: "serão contados todos os dias, durante sete semanas completas, ou seja, durante 49 dias, a partir da oferenda do "Ômer", que começava na 2ª noite de Hag Pêssach o que se chama "Sefirat ha-Ômer" (contagem do Ômer), culminando com a chegada de Shavuot no 50º qüinquagésimo dia.
Ômer era uma medida espigas de cevada que se trazia ao templo. A Hag Pessach compretava com Shavuot pois no segundo dia de Pessach (16 de Nissan/Março), fazia-se uma oferenda de um "Ômer" de cevada recém colhida, para que o Eterno abençoasse a nova colheita. E antes desta oferenda, não se podia comer da nova colheita. Shavuot é uma das três festas de peregrinação nas quais a visita a Jerusalém e ao Templo era obrigatória. As outras duas festividades são Pessach e Sucot/Cabanas

Ensinando a importância da terra
Terra é uma palavra muito significativa nas escrituras. Há duas importantes palavras hebraicas para terra: a primeira é Adamah terra, solo, chão. Adamah carrega o sentido de "solo vermelho", arável e cultivável. O Eterno modelou Adam o primeiro homem com o pó da 'Adamah (Bereshit 2.7) O ser humano possui uma estreita relação com a terra. O alimento, como gerador da vida, tem a ver diretamente com o trabalho do adam ser humano e a fertilidade do adamah terra. Por isso entre o ser humano e a terra não poderia haver violência. Tanto o 'adam ser humano como a adamah terra são posses do Eterno, e ambos estão sob o cuidado dEle. A 2ª palavra hebraica para terra é Erets, possui o significado de terra, Cidade (Israel) no sentido físico, Erets carrega o significado de solo, sobre o qual o ser humano vive, planta e colhe os frutos (Dv 26.9); Erets é definida como posse de Deus (Vaykrá 25.23). Como uma propriedade divina (Oshéa 9.3), a terra espera de seu usuário o cuidado mas ao invés disso estamos destruindo. As pessoas deveriam deixar a terra descansar. É mandamento, mas isso não acontece e ela continua gerando espinhos “dores”.

O início da Festa
[A] A cerimônia começava quando a foice era lançada contra as espigas (Devarim 16.9). É bom lembrar que deveria ser respeitada a recomendação do direito de respigar dos pobres e estrangeiros (Vaykrá 23.22; Devarim 16.11/ Rute);
[B] Basicamente, a festa, no período do Tanach, era cosmopolita, isto é, ela reunia pessoas de todas as raças e condições sociais (conforme Dv 16.11 e At 1:15; 2.1-13). O que varia entre os dois relatos é a quantidade de pessoas presentes no evento, a cidade de Yerushaláim ficava cheia, as pessoas dormiam nos terraços das casas, acampavam fora dos muros da cidade e recebiam hospitalidade de parentes e amigos. Isso não era só obrigação, mas sim zelo de Judeus e prosélitos para estarem na casa de D-us, enquanto milhares de pessoas faziam suas peregrinações, 120 discípulos permaneciam no cenáculo. As pessoas subiam os degraus do templo cantando (Tehilim 122:1).
[C] O terceiro momento da festa era a reunião de todo o povo trabalhador com as famílias, amigos e os estrangeiro (Devarim.16.11) Essa cerimônia era chamada de "Santa Convocação" (Vaykrá 23.21). Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias, pois eram considerados um período de solene alegria e ação de graças pela proteção e cuidado de D-us (Vaykrá 23.21);
[D] No local da cerimônia, o feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a D-us, o doador da terra e a Fonte de todo bem (Vaykrá 23.11).
[E] As sete semanas de festa incluíam outros objetivos, além da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com a obediência aos estatutos divinos (Devarim 16.12).

Nomes que recebe
Chag HaShavuot - Festa das Semanas: Porque conclui o período de sete semanas, no qual se conta o ômer. Assinalando o começo da colheita do trigo.
Chag HaBikurim - Festa das Primícias: "E no dia das primícias ordenes aos filhos de Israel e digas: ao oferecer-me vossos sacrifícios cuidado em fazê-lo em tempo, nas semanas sagradas, e terão reunião santa, e não realizarão nenhum trabalho. (Bamidbar 28:2).
Sobre os pães das primícias, que se sacrificam no templo, e sobre o período das primícias, que se inicia em Shavuot, cada um era obrigado a trazer primícias das sete espécies perante o Eterno, no Templo. (Devarim 26).
Chag HaKatzir - Festa da Colheita: Baseia-se no versículo "Vechag hakatzir bikurim Masseichá, asher tizrá bassadê", ou seja: " é a festa da colheita das primícias frutos do teu trabalho que houveres semeado no campo".(Shemot 23:16).

Shavuot, Festa campestre e festa religiosa
O caráter mais antigo de Shavuot é o de festa campestre. No mês de Sivan termina a colheita de cereais. Um momento de tal importância na vida do povo dedicado ao cultivo da terra, não podia transcorrer sem a recordação de D-us, e sem uma manifestação de gratidão. Assim, pois, dos próprios produtos que, graças à proteção divina puderam ser extraídos do solo, eram separadas as primícias, como oferenda. Quando havia o Templo, Shavuot se caraterizava pelas peregrinações. Grandes grupos de agricultores afluíam de todas as províncias e o país adquiria um aspecto animado e pitoresco. Os peregrinos se organizavam em longas caminhadas, e dirigiam-se para Jerusalém, acompanhados durante o trajeto pelos alegres sons de flauta. Em cestos decorados com fitas e flores, cada um com a sua oferenda. Chegados à Cidade Santa, eram acolhidos com cânticos de boas vindas e adentravam no Templo, onde faziam a entrega dos seus cestos ao sacerdote. A cerimônia se completava com hinos e toques de harpas e outros instrumentos musicais.

Em "Chag HaShavuot" a entrega de "bikurim" é simbolizada por sete espécies, frutos da terra e do trabalho dos hebreus que deram renome ao solo de Eretz Israel.
Trigo e cevada (chita/usseorá) são produtos de inverno, que se beneficiam com a estação das chuvas. A cevada amadurece antes do trigo, logo nos primeiros dias de primavera, na época de Pessach. O Ômer era uma medida de cevada que se trazia ao Templo a partir do segundo dia de Pessach. O trigo, por amadurecer mais tarde, só era levado ao Templo, por ocasião de Shavuot.
Uva (Guefen)em Israel, geralmente, a uva só amadurece durante os meses de Tamuz e Av (junho e julho). Porém, em algumas regiões, colhia-se alguns cachos em Sivan, na época de Shavuot. A Bíblia nos fala do episódio de exploradores, enviados por Moisés, de enormes cachos, que eram tão pesados a ponto de se tornar necessário carregá-los a dois, sobre um bastão. Cultiva-se a uva atualmente nos montes da Judéia, e as grandes plantações se encontram em Rishon Le Tzion e Zichron Yaacov.
Figo (Teená) descansar à sombra de seu vinhedo e de sua figueira, que representava para nossos antepassados o ideal de uma vida de paz. A figueira cresce na montanha e requer muito pouco tratamento. Compara-se a Torá ao figo: "O figo, ao contrário de todas as outras frutas, é inteiramente comível. O mesmo se passa com as palavras da Torá; nenhuma é inútil". Encontra-se, hoje em dia, em Israel, figos frescos e figos secos de excelente qualidade.
Romã (Rimon) existia na Terra de Canãa, no momento da conquista de Yehoshua (Bamidbar 12.23). Amadurecia somente no fim do verão (agosto/setembro). Em Shavuot não se podia trazer então a fruta, porém as flôres da romã eram usadas para enfeitar os cestos das ofertas trazidas ao templo, hoje a usamos para enfeitar o ambiente.
Oliva (Zait) - o país de Israel era muito rico em óleo, A oliva amadurece durante os meses de Elul, Tishrei (setembro/ outubro) e, portanto, o óleo só era trazido ao Templo no fim do verão.
Tâmara (Tamar) A tamareira cresce em abundância no vale do Beit Shean e nas margens do Kineret. Esta árvore dá à paisagem um ar de nobreza incomparável. “O salmista compara sua crença a do justo,” que floresce como uma tamareira”.

Costumes de Shavuot
Os três dias que precedem Shavuot dedicam-se, geralmente, ao estudo da Torá e de outros textos sagrados. As pessoas preparam-se, assim, para receber a festa, tal como os israelitas do deserto se aprontavam, por ordem de Moisés, "para o terceiro dia". Costuma-se passar a primeira noite de Shavuot em vigília, entregando-se a discussões sagradas com alguns amigos. O Tikun Leil Shavuot, espécie de antologia em que figuram fragmentos de todos os livros do Tanach.

Decoração na sinagoga
No serviço religioso realizado na sinagoga, é incluída a leitura da promulgação dos dez mandamentos. Em outras comunidades recitava-se as 613 mitzvot. Como caráter campestre de Shavuot, junta-se a leitura do livro de Ruth, que relata a legislação judaica considerando a situação dos desamparados: "E, quando contardes a ceifa da vossa terra, não acabarás a orla de teu tempo ao cortares nem recolherás as espigas caídas da tua ceifa, para o pobre e para o estrangeiro as deixarás: Eu sou o Eterno, vosso D-us". (Vaykrá 23:22). Em Hag Shavuot, as sinago-gas são decoradas com plantas, flores e ramos de árvores, o que enfatiza a origem agrícola desta festa.

Principais objetivos de Shavuot
Aprender a fraternidade
Ao estudar a Torah sobre Shavuot é possível notar partes da cerimônia e, conseqüen- temente, sua legislação. Um dos detalhes marcantes dessa "Santa Convocação" é o fortalecimento da fraternidade entre os trabalhadores do campo, incluindo a população israelita, os servos e estrangeiros.
Aprender a repartir os dons
No início o povo convivia com as leis divinas de modo feliz, sem lhe causar sofrimento. Por exemplo, Shavuot ensinava a comunidade de trabalhadores do campo que se deveria entregar o excedente de sua produção agrícola para o Eterno, a fim de que essa oferta seja compartilhada com os menos favorecidos (Vaykrá 25.6-7, 21-22). Essa lei ensinava com profunda sabedoria, pois ela tem como alvo educar o povo dentro dos princípios da solidariedade e igualdade social.

Meguilat Rute
Rute é a heroína moavita, filha do rei de Moav, casou-se com um israelita e viveu com a família dele em Moav. Quando seu marido morreu, sua sogra, Naomi, incentivou- a voltar para casa, Ruth, no entanto, recusou- se a abandonar a idosa Naomi, prometendo ir com ela e aceitar seu povo e seu D'us (Ruth 1:16). Por isso é costume nas sinagogas lê o Livro de Rute porque ela simboliza o recebimento da Torá.

A Festa de Pentecostes
Os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou popular entre os judeus. O nome hebraico: Shavuot foi substituído pela denominação "Pentecostes", cujo significado é o mesmo "cinqüenta" dias contados depois da Páscoa. Os cristãos se lembram de pentecostes como o dia em que Ruach HaQodesh foi derramado em abundância sobre os discípulos de Yeshua Conf.(At 2).

Convém lembrar que após a saída do povo hebreu do Egito coincidência ou não foi no período de sete semanas que o Eterno (Bendito seja o seu nome) entregou os “Dez Mandamentos”. (Shemot 19:11; 20:1-26) a base da Torah a Moshê. Ali ao pé do Sinai nasceu a Qahal a congregação do Eterno a Igreja (Ekklesia/Gr), Devarim 33:4; Nechemiá 7.66 ou ainda Quehilah Sinagoga período do cativeiro. O Eterno não quis que o fundamento da Torá estivesse baseadona nossa lógica humana, mas na revelação do monte Sinai, na relação direta da divindade sem intermediários. Shavuot é uma alerta dentro de cada homem: Não esqueça o que o Eterno fez através das 10 Mitsvot que são a base da Torá.
A torá é o alimento para as nossas almas, é escudo (Pv. 30:5) é Lâmpada Tehilim 119.105; é Verdade 2 Shemuel 7:28; É espada aguda de dois gumes Yeshayahu 49:2; é fogo e martelo Irmiahu (Jr) 23:29.
Data19/05/10 – 06 de Sivan 5770


transcrito de www.montesiao.pro.br

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